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  • Foto do escritorMaria Fernanda de Sá

Disney: santa?


Como perceber que suas críticas e demandas têm surtido efeito na sociedade? Simples, você observa a movimentação das grandes indústrias com relação a elas.


2018 tem sido um grande ano de vitórias para as mulheres, principalmente quanto à indústria cinematográfica. As inúmeras denúncias de assédio que surgiram e ganharam espaço na mídia do início do ano para cá, especialmente dentro de Hollywood, revela dados assustadores que colocam a postura ética de uma grande parte da indústria em cheque. Um Oscar – realizado em março - tomado pelo #MeToo, prova o poder da sororidade e empatia em causar demonstrações e potencializar mudanças, além de revelar números assustadores, assim como o OscarSoWhite havia feito no ano anterior.


Juri do Festival de Cannes, indo para o protesto.

Já em maio, o Festival de Cannes promoveu, maravilhosamente, a igualdade de gêneros, ao trazer um júri repleto de partes iguais de incríveis homens e mulheres profissionais, em todas as suas formas, sob a presidência da veterana do festival, Cate Blanchett.Um dos grandes destaques do evento desse ano, inclusive, foi o protesto na famosa escadaria tomada pelo tapete vermelho, liderado pela presidente do júri e a documentarista Agnès Varda.


Agora, há pouco tempo, as próprias indicações ao Emmy 2018 não só deram espaço para produções essencialmente feministas, produzidas e dirigidas por mulheres, mas também a diversas indicações técnicas para mulheres.


Contudo, a maior e última notícia relevante ao assunto saiu há pouquíssimo tempo: James Gunn, o diretor e roteirista dos dois primeiros filmes da saga dos Guardiões da Galáxia foi demitido, devido a alguns Tweets de seu passado.


Disney, a dona da Marvel, sempre procurou ter uma imagem imaculada na mídia, enquanto empresa. O currículo de Gunn, definitivamente, não é casto, puro ou imaculado. Repleto de produções que não formam uma pilha coerente, o homem já dirigiu e escreveu diversas coisas com conteúdo sexual e humor negro relativos a isso. A empresa certamente sabia com quem estava se metendo e, portanto, não é boa por tê-lo demitido agora. Pelo contrário, eles só o fizeram porque foram pegos dentro de uma escolha ruim. Porém, se é necessário termômetro para entender a intervenção do público dentro desses assuntos, esse caso com certeza o é.


Por que isso é importante? Num momento da história em que estudos comprovam que críticos masculinos não só são a maioria, mas como também abertamente ignoram e dão notas piores a filmes feitos por mulheres (estudo esse feito pela San Diego State Universisity, baseada em dados do Rotten Tomatoes), é o público que deve se posicionar e ajudar na criação de visibilidade para cineastas marginalizadxs. Assim como a própria indústria deve se mobilizar na tentativa de reduzir essas diferenças sociais. No Brasil, as Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, fazem esse papel, por exemplo.


Como já diria Blackkklansman (O Infiltrado da Klan), que vai ser lançado no Brasil no final do ano, “todo poder para todo o povo”.



 

EN




How to realize if your critics and demands have been affecting society? Simple: you watch the movement big industries make regarding them.


2018 has been a big year, full of victories, for women, especially in the cinema world. The endless assault complains that popped up and gained space in the media in the beginning of the year, unveils terrifying data that put the ethical posture of a huge amount of the industry hanging by a thread. An Oscar – held in March – taken by the #MeToo, proves the power of sorority and empathy on causing demonstrations and powering up changes, apart from revealing scary numbers, as the OscarSoWhite did the year before.





In May the Cannes Film Festival promoted, wonderfully, gender equality on setting a jury filled with equal amounts of female and male professionals, in all their shapes, under the presidency of the festival’s veteran, Cate Blanchett. One of the great highlights of this event, by the way, was the protest in the famous steps taken by a red carpet, leaded by the jury’s president and the documentary maker Agnès Varda.


A few days ago, the Emmy 2018’s nominees itself not only opened up space to essentially feminist productions, produced and directed by women, but also to many technical nominations for female professionals.


However, the biggest and last relevant news we had on the subject was announced a very few hours ago, even: James Gunn, the director and writer of both the first Guardians of the Galaxy films was fired due to some past tweets he posted.


Disney, Marvel’s owner, always tried to have an immaculate image in the media as a company. Gunn’s curriculum, however, is definitely not chaste, pure or immaculate. Full of productions that do not make a coherent pile, the man has directed and written several things with sexual content and dark humour related to them. The company surely knew who they were dealing with and, therefore, is not a goody good because it has fired him now. However, it it is necessary a thermometer to understand de audiences’ intervention on this matters and contexts, this case definitely can be used as that.


Why is that important? In a moment in which studies prove that male critics not only are the majority but also openly ignore and/or give worse grades to films made by women (study taken in San Diego State University, based on Rotten Tomatoe’s data), is the public that has to have a position and help raising visibility to marginalized filmmakers. As well as the industry itself has to unify and try to reduce this social differences. In Brazil, the Elviras – Female Colective of Film Critics, do that, for example.


As Blackkklansman, that will be released in August in the US, would say: “all the power to all the people”.

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