top of page

Tudo Sobre Mulheres | Meninas | Carla Gallo

  • Foto do escritor: Maria Fernanda de Sá
    Maria Fernanda de Sá
  • 6 de set. de 2018
  • 2 min de leitura



É dentro do complexo imaginário infantil que a documentarista Carla Gallo (O Aborto dos Outros, 2008) trabalha o universo das Olimpíadas e do esporte; da transformação da brincadeira na seriedade de um trabalho cuja base é, essencialmente, a disciplina.


Utilizando imagens de competidoras conhecidas em sua infância, através de gravações caseiras, complementadas por voice-overs de entrevistas destas, Gallo convida o espectador a enxergar a perspectiva infantil – e, por vezes, ingênua – da ginástica olímpica e artística.


Estas, quando contrastadas com relatos muitas vezes alarmantes das profissionais e imagens de momentos de seus triunfos gloriosos, faz com que, aos poucos, entenda-se a perda sistêmica dessa infância ressaltada e idealizada pelo curta. Na tentativa de sucesso profissional e reconhecimento, muitas vezes prejudica-se consciente e ativamente o próprio corpo.


A coação de uma indústria inteira em cima dessas “meninas”, que coloca medalhas frente a uma pessoa vulnerável a abusos físicos e psicológicos, fica clara quando colocada lado a lado com a inocência da criança, desmascarando a aparente beleza do esporte.


Mas afinal, quem não se lembra da maravilhosa apresentação de Daiane dos Santos ao som de Brasileirinho, em 2004, nas Olimpíadas?


O público brasileiro (incluindo eu, aos 10 anos) amou.


Quantos ferimentos esse encantamento custou para Daiane?



EN

It is within the children's complex imaginary that the documentary filmmaker Carla Gallo (O Aborto dos Outros, 2008) works the universe of the Olympics and the sport; from the transformation of the game into the seriousness of a work whose base is essentially discipline.


Using images of the competitors in their childhood through home-made recordings, supplemented by voice-overs from these interviews, Gallo invites the viewer to see the child's - sometimes naive - perspective of Olympic and artistic gymnastics.


These, when contrasted with often alarming reports of the professionals and images of moments of their glorious triumphs, little by little, show the systemic loss of this childhood emphasized and idealized by the short. In the attempt of professional success and recognition, they often consciously and actively harm their own body.


The coercion of an entire industry over these "girls", which puts medals in front of a person vulnerable to physical and psychological abuse, becomes clear when placed side by side with the innocence of the child, unmasking the apparent beauty of the sport.


But after all, who doesn't remember the wonderful presentation of Daiane dos Santos to the sound of Brasileirinho, in the 2004 Olympic Games?


The Brazilian public (including me, at age 10) loved.


How many injuries did this spell cost Daiane?

Comentários


Sign-Up to Our Newsletter

© 2023 by ENERGY FLASH. Proudly created with Wix.com

bottom of page