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  • Foto do escritorMaria Fernanda de Sá

Política | Lista | Segurança Pública e Estatuto do Desarmamento


Após o massacre em Carandiru – que causou a morte de 111 detentos no Estado de São Paulo, revelando um dos maiores casos de violência e/ou abuso de força policial na história do país -, no dia dois de outubro de 1992, Michel Temer, que assumia a secretaria de segurança depois da saída de Pedro Franco de Campos, recomendou repouso e meditação para os policiais envolvidos.


111 pessoas foram assassinadas como resultado de uma briga simples por causa de um jogo de futebol. O diagnóstico da promotoria, do réu responsável, Ubiratan Guimarães, foi apenas de uma intervenção "desastrosa e mal preparada”. Em 2001, o coronel Ubiratan foi condenado há mais de 600 anos de prisão. Contudo, ao ser eleito deputado estadual por São Paulo, foi absolvido por decisão de maioria absoluta, alegando que a sentença inicial teria sido resultado de um "equívoco".


Em 1993, no Rio de Janeiro, oito jovens em situação de rua foram assassinados na Candelária.


Em 2018, sob regime presidencial – derivado do golpe de 2016 - como sintoma de uma população fragilizada e vulnerável a má gestão de recursos nacionais, estabeleceu-se uma intervenção federal (militar) no Rio de Janeiro.


Crianças periféricas pequenas tem suas mochilas escolares revistas. Segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mortes decorrentes de ação policial cresceram 20,5% no país.


Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e crítica da intervenção federal, em 14 de março de 2018 foi assassinada a tiros, junto a Anderson Pedro Mathias Gomes. O Secretário de Segurança do Estado admite que não há prazo para as investigações do assassinato (claramente político, pois a munição utilizada não pode ser vendida a civis), que aconteceu há mais de cinco meses.


Quem matou Marielle?


Hoje, como o assunto é segurança, abordaremos dois temas essenciais que permeiam propostas de grande parte dos candidatos nas eleições desse ano: o primeiro é o sistema judicial brasileiro e a polícia, principalmente a militar. O segundo é a posse de arma, dificultada a civis pelo estatuto do desarmamento, lei sancionada em 2003.


Selecionamos dez filmes, de diversas nacionalidades, para discutir os assuntos acima propostos.


O SISTEMA JUDICIAL E A POLÍCIA


Tropa de Elite (José Padilha, 2007)

Elite Squad

Capitão Nascimento (Wagner Moura), das forças especiais do Rio de Janeiro, em 1997, procura um substituto para seu cargo enquanto tenta combater traficantes e criminosos antes da chegada do Papa ao Rio de Janeiro.


Por quê?

Tropa de Elite tem uma visão muito peculiar das forças especiais do Rio de Janeiro por ser baseado num livro que contém experiências de um oficial do BOPE e conter narrações em primeira pessoa (off). Padilha expressa, aqui, um Rio de Janeiro em guerra. Sem prisioneiros, só derrotados. A obra vilaniza uma população e uma área de forma muito unilateral e tenta convencer o espectador de forma quase que maquiavélica a comprar o ponto de vista destrutivo do protagonista. O ponto aqui é que, se visto com cautela, o filme consegue expor um quadro de violência policial e corrupção (moral, inclusive), entre todas as câmeras dinâmicas e cenas de ação.


Justiça (Maria Augusta Ramos, 2004)

Justiça é uma obra documental que mostra o dia a dia do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e seus personagens corriqueiros: promotores, defensores públicos, juízes e réus.


Por quê?

É uma obra que traz ao espectador uma visão mais íntima do que acontece dentro das paredes dos tribunais e sistema prisional brasileiro. Burocracia, disposição e justiça são apenas alguns dos fatores questionados nessa obra incrível de Maria Augusta Ramos.



Última Parada 174 (Bruno Barreto, 2008)

Last Stop 174

Baseado numa história real, o filme conta a história de Sandro Barroso do Nascimento, um menino de rua do Rio de Janeiro que sobreviveu à chacina da Candelária e, em 2000, sequestrou um ônibus mantendo diversas pessoas refém.


Por quê?

Esse filme, que em 2008 foi escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar, mostra o contexto de um sobrevivente de uma das maiores violências policiais registradas no país e segue o menino dentro da realidade que o levou a cometer o sequestro do ônibus em 2000. A obra humaniza o menino de rua e traz um realismo considerável à história.


Carandiru: O filme (Hector Babenco, 2003)

Carandiru

Um sanitarista, realizando um trabalho de prevenção ao HIV no presídio do Carandiru, o maior da América Latina, durante os anos 90, convive diariamente com a dura realidade dos encarcerados, assim como a precariedade das condições de vida e serviços prestados a eles.


Por quê?

Num estado político, cultural e social em que os presos são tratados como criminosos e vistos como vilãos animalescos, Carandiru vem mostrar ao público o lado humano deles. Traz a tona todo um contexto que piora a condição ética e moral dos encarcerados; que negligencia; excluí e destrata a todo tempo, esperando uma conduta completamente oposta da induzida. O sistema prisional, aqui, é mostrado como é: uma bomba relógio; um tiro pela culatra que gera problemas –completamente administráveis sistemicamente -, mas que são resolvidos de formas desnecessariamente violentas e cruéis.


Arteiro (Bruno Carvalho, 2017)

O curta segue a estadia contidiana de um menino periférico dentro de uma instituição de reabilitação de jovens infratores, Fundação CASA, a antiga febem.


Por quê?

Arteiro mostra as dificuldades que um jovem dentro dessas instituições tem de manter uma conduta moral, entre as más influências e condições precárias em que é inserido. Além disso, humaniza sim essas pessoas que, mais que punições, precisam ser reabilitadas e ajudadas para serem reinseridas na sociedade. O aumento na maioridade penal NÃO é a solução.


ACESSO A ARMAS



Who is America? S01E01 (Sacha Baron Cohen, 2018)

"Quem é América?" é uma série protagonizada e dirigida por Sacha Baron Cohen, de sátiras políticas estadunidenses. Cohen interpreta diversos personagens e interage com figuras públicas importantes, tentando adquirir um diagnóstico do estado do país.


Por quê?

O primeiro episódio, especificamente, é quase que exclusivamente sobre o porte de armas, revelando o pensamento conservador e, muitas vezes, incoerente das pessoas que defendem a posse de armas pelos civis.



Armas na Mesa (John Madden, 2016)

Miss Sloane

Elizabeth Sloane (Jessica Chastain) é uma estrategista política – também conhecida como lobista, profissão ilegal no Brasil – que arrisca sua carreira para passar uma ementa com leis de controles mais rígidos ao porte de armas.


Por quê?

Apesar de ser ficcional, o filme, assim como a série de Sacha Baron Cohen, traz uma gama de razões pelos quais os figurões defendem o porte de armas. Pela surpresa de uma grande parcela da sociedade, não, não é sobre a segurança do cidadão, mas muito mais sobre interesses econômicos e políticos.


Uma Noite de Crime (James DeMonaco, 2013)

The Purge

No futuro, uma família rica é mantida refém por abrigar o alvo de um grupo assassino durante a Noite de Crime, um período de 12 horas em que todo e qualquer crime é legalizado.


Por quê?

O filme leva a um extremo o quanto pequenos problemas cotidianos podem se tornar banal frente ao ganho de poder que uma arma de fogo pode proporcionar ao cidadão comum. Gentrificação, inveja, ódio, etc. Há diversos motivos pelos quais uma pessoa, com permissão o suficiente para "se defender de um mal que lhe é feito" direta ou indiretamente, se tornaria facilmente uma criminosa.


Elefante (Gus Van Sant, 2003)

Elephant

A maior parte da escola está envolvida em atividades cotidianas, exceto dois alunos que esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semiautomática. Munidos de um arsenal que colecionavam, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma tragédia.


Por quê?

Elefante demonstra a posição da juventude frente ao fácil acesso de armas. Numa sociedade que negligencia a saúde mental das pessoas e que tem um sistema educacional muitas vezes relapso com o psicológico de seus alunos, é muito fácil assumir que a boa criação dos cidadãos seria responsável por evitar tragédias como as mostradas no filme, enquanto a realidade é que até mesmo o nível de suicídio entre estudantes brasileiros é extremamente alto. Num contexto em que pais trabalham diversas jornadas para manter a tal “vida ideal” e que a criação dos filhos se dá cada vez mais por terceiros, não só é importante entender que uma "boa criação" em casa sozinha não daria conta de criar uma sociedade segura (mas com porte livre de armas) sozinha. Existem diversos motivos pelos quais armas não deveriam ser acessíveis. Uma cultura que negligencia o jovem é só uma delas.


Custody (Xavier Legrand, 2017)

Jusqu'à la garde

O início do filme se dá em uma audiência de custódia: aqui, os pais são apresentados como meros coadjuvantes numa mesa tomada pelas advogadas e juíza, provando aqui, para o espectador, que os traços do machismo na sociedade são sistemáticos e não características individuais de homens. O filme, que poderia ter se construído integralmente dentro de um tribunal, opta por levar o drama dos envolvidos de forma envolvente e realista, seguindo a vida cotidiana dos personagens após a decisão judicial de conceder a guarda compartilhada.


Por quê?

Se tem algo que o Brasil não conseguiu superar (e que ainda mantém níveis altíssimos de ocorrência) é a violência contra a mulher. Numa sociedade em que pessoas são vítimas de feminicídio numa frequência tão alta como a nossa, o porte de armas seria só um fator agravante. O filme mostra o quanto uma pessoa munida de angústia (assim como ideais misóginos e machistas) vê na vida de uma mulher e uma criança o pertencimento inerente a sua existência e não aceita a vida deles, se não ativamente conjunta a sua.



Outras listas sobre política:

 

O que os presidenciáveis falam de segurança?


Álvaro Dias, PODEMOS: Segurança com tolerância zero

-Coloca como uma prioridade

-Não apresenta propostas, apenas menções.

-A favor do porte de armas por civis? SIM


Cabo Daciolo, PATRIOTA:

-Coloca como uma prioridade

-Vários tópicos, apresenta propostas (páginas 9-17)

-A favor do porte de armas por civis? SIM


Ciro Gomes, PDT:

- "COMBATER O CRIME COM INTELIGÊNCIA 7POLICIAL E PROTEÇÃO AOS JOVENS"

-Apresenta propostas em vários tópicos (páginas 37-39)

-A favor do porte de armas por civis? NÃO


Eymael, DC:

-Apresenta propostas em alguns tópicos (página 3)

-A favor do porte de armas por civis? Informação não encontra


Geraldo Alckmin, PSDB:

-Não apresenta propostas. Menciona levemente.

-A favor do porte de armas por civis? SIM


Guilherme Boulos, PSOL:

-Coloca como um dos grandes temas nacionais.

-Apresenta propostas em tópicos (páginas 72-73)

-A favor do porte de armas por civis? NÃO


Henrique Meirelles, MDB:

- Coloca como um dos mais importantes temas

- Apesenta ideias, em tópicos (páginas 18-20)

-A favor do porte de armas por civis? NÃO


Jair Bolsonaro, PSC: #elenão

-Coloca como prioridade

-Apresenta ideias, em tópicos (páginas 23-34)

-A favor do porte de armas por civis? SIM


João Amoêdo, NOVO:

-Coloca como uma prioridade

-Aponta algumas propostas, em tópicos (página 13)

-A favor do porte de armas por civis? SIM


João Goulart Filho, PPL:

-Aponta algumas ideias, em tópicos (páginas 10-11)


Haddad, PT:

-Coloca como importante

- Aponta algumas ideias, em texto (páginas 26-28)

-A favor do porte de armas por civis? NÃO


Marina Silva, REDE:

-Apontas algumas ideias, em texto (página 10)

-A favor do porte de armas por civis? NÃO


Vera, PSTU:

-Não menciona em plano de governo.

-A favor do porte de armas por civis? Informação não encontra

 

EN

After the massacre in Carandiru - which killed 111 inmates in the state of São Paulo, revealing one of the greatest cases of violence and / or abuse by the police force in the country's history - on October 2, 1992, Michel Temer, who was the secretary of security after the departure of Pedro Franco de Campos, only recommended rest and meditation for the policeman involved.


111 people were murdered as a result of a simple fight over a football match. The diagnosis of the prosecution, the defendant, Ubiratan Guimarães, was only a "disastrous and ill-prepared intervention." In 2001, Colonel Ubiratan was sentenced for more than 600 years in prison, however, when he was elected state deputy for São Paulo , was acquitted by an absolute majority decision, claiming that the initial sentence would have been the result of a "misunderstanding".


In 1993, in Rio de Janeiro, eight street youths were murdered in Candelária.

In 2018, under a presidential regime - derived from the coup of 2016 - as a symptom of a population weakened and vulnerable to poor management of national resources, a federal (military) intervention was established in Rio de Janeiro.


Small peripheral children have their school backpacks searched. According to the yearbook of the Brazilian Forum of Public Security, the deaths resulting from police action grew 20.5% in the country.


Marielle Franco, a councilor from Rio de Janeiro and a critic of federal intervention, was shot dead on March 14, 2018, along with Anderson Pedro Mathias Gomes. The Secretary of State Security admits that there is no timeframe for investigations into the murder (clearly political, since the ammunition used cannot be sold to civilians), which happened more than five months ago.


Who killed Marielle ?


Today, as the subject is safety, we will address two key issues that permeate proposals from most of the candidates in this year's elections: the first is the Brazilian judicial system and the police, mainly the military. The second is possession of a weapon, which is hampered by the disarmament statute, a law sanctioned in 2003.


We selected ten films of various nationalities to discuss the above issues.


THE JUDICIAL SYSTEM AND THE POLICE

Elite Squad (José Padilha, 2007)

Captain Nascimento (Wagner Moura), special forces in Rio de Janeiro, in 1997, is looking for a replacement for his position while trying to fight off traffickers and criminals before the Pope arrives in Rio de Janeiro.


Why?

Elite Squad has a very peculiar view of the special forces of Rio de Janeiro because it is based on a book that contains experiences from a BOPE official and contains first-person narrations (off). Padilha expresses, here, a Rio de Janeiro at war. No prisoners, only defeated. The work vilanizes a population and an area very unilaterally and tries to convince the viewer in an almost Machiavellian way to buy the protagonist's destructive point of view. The point here is that, if viewed with caution, the film manages to expose a picture of police violence and corruption (moral, inclusive) among all dynamic cameras and action scenes.


Justice (Maria Augusta Ramos, 2004)

Justice is a documentary work that shows the day to day of the Court of Justice of Rio de Janeiro and its everyday characters: prosecutors, public defenders, judges and defendants.


Why?

It is a work that brings to the viewer a more intimate vision of what happens inside the walls of the Brazilian courts and prison system. Bureaucracy, disposition and justice are just some of the factors questioned in this incredible work of Maria Augusta Ramos.


Last Stop 174 (Bruno Barreto, 2008)

Based on a true story, the film tells the story of Sandro Barroso do Nascimento, a street kid from Rio de Janeiro who survived the slaughter of Candelária and, in 2000, kidnapped a bus and held several people hostage.


Why?

This film, which was chosen in 2008 to represent Brazil in the Oscar race, shows the context of a survivor of one of the largest police violence recorded in the country and follows the boy within the reality that led him to commit the bus kidnapping in 2000 The work humanizes the street child and brings a considerable realism to the story.


Carandiru (Hector Babenco, 2003)

A sanitarist, carrying out HIV prevention work at the Carandiru prison, the largest in Latin America during the 1990s, lives daily with the harsh reality of incarcerated people, as well as the precarious living conditions and services provided to them.


Why?

In a political, cultural and social state in which prisoners are treated as criminals and seen as animal villains, Carandiru comes to show the public the human side of them. It brings to the fore a whole context that worsens the moral and moral condition of those incarcerated; who neglects; exclude and abuse at all times, expecting a completely opposite conduct of the induced. The prison system here is shown as it is: a time bomb; a backfire that generates problems-completely systemically manageable-but which are solved in unnecessarily violent and cruel ways.


Arteiro (Bruno Carvalho, 2017)

The short follows the daily stay of a peripheral boy inside a rehabilitation institution of young offenders, CASA Foundation, the old feb .


Why?

Arteiro shows the difficulties that a young person within these institutions has to maintain a moral conduct, among the bad influences and precarious conditions in which it is inserted. In addition, it humanizes these people who, rather than punishments, need to be rehabilitated and helped to be reinserted into society. The increase in the criminal majority is NOT the solution.


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Who is America? S01E01 (Sacha Baron Cohen, 2018)

" Who is America? " Is a series starring and directed by Sacha Baron Cohen , of American political satires. Cohen plays several characters and interacts with important public figures, trying to get a diagnosis of the state of the country.


Why?

The first episode, specifically, is almost exclusively about the carrying of weapons, revealing the conservative and often inconsistent thinking of those who advocate civilian possession of weapons.


Miss Sloane (John Madden , 2016)

Elizabeth Sloane (Jessica Chastain ) is a political strategist - also known as a lobbyist, an illegal profession in Brazil - who risks her career to pass a bill with tougher gun laws.


Why?

Despite being fictional, the film, as well as the series of Sacha Baron Cohen, brings a range of reasons why big-boards advocate carrying weapons. To the surprise of a large part of society, no, it is not about the security of the citizen, but much more about economic and political interests.


The Purge (James DeMonaco , 2013)

In the future, a wealthy family is held hostage by harboring the target of a murderous group during Crime Night, a 12-hour period in which every crime is legalized.


Why?

The film takes to an extreme how small daily problems can become banal in the face of the power gain that a firearm can provide to the average citizen. Gentrification , envy, hatred, etc. There are several reasons why a person, with enough permission to "defend himself against an evil done to him" directly or indirectly, would easily become a criminal.


Elephant (Gus Van Sant, 2003)

Most of the school is engaged in everyday activities, but two students waiting at home, the arrival of a semi-automatic machine gun. Armed with an arsenal they collected , the two leave for school, where they will be the protagonists of a tragedy.


Why?

Elephant demonstrates the position of youth against the easy access of weapons. In a society that neglects people's mental health and which has an educational system often relapsing to the psychological of its students, it is very easy to assume that good citizenship would be responsible for avoiding tragedies like those shown in the film while reality is that even the level of suicide among Brazilian students is extremely high. In a context where parents work several days to maintain this "ideal life" and that the creation of children is increasingly done by others, not only is it important to understand that a "good creation" at home alone would not account for creating a society (but with arms-free bearing) alone. There are several reasons why weapons should not be accessible. A culture that neglects the young is just one of them.


Custody (Xavier Legrand , 2017)

The film begins at a custody hearing: here the parents are presented as mere adjutants at a table taken by the lawyers and judge, proving here to the viewer that the traits of machismo in society are systematic rather than individual characteristics of men. The film, which could have been built entirely inside a courtroom, chooses to take the drama of the involved in an engaging and realistic way, following the daily life of the characters after the judicial decision to grant shared custody.


Why?

If there is something that Brazil has not been able to overcome (and still has very high levels of occurrence) is violence against women. In a society in which people are victims of feminicide at a frequency as high as ours, carrying weapons would only be an aggravating factor. The film shows how a person with anguish (as well as misogynist and macho ideals) sees in the life of a woman and a child the inherent belonging to their existence and does not accept their lives, if not actively joined their own.



Please watch the trailers above.


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